Depende. Apesar de diversos estudos científicos terem demonstrado que o ácido fólico possui efeitos benéficos na prevenção de diferentes tipos de câncer, outros estudos sugerem que a sua suplementação pode aumentar o risco de desenvolvimento do câncer e acelerar a progressão tumoral.
O aumento do desenvolvimento do câncer está relacionado principalmente quando o ácido fólico é administrado em concentrações elevadas (> 800 µg) quando já existe a presença de lesões pré-neoplásicas.
O ácido fólico desempenha um papel essencial na modulação da carcinogênese, pois está envolvido diretamente na síntese do DNA (ácido desoxirribonucléico) e em eventos epigenéticos, como na metilação do DNA (processo que regula a expressão de genes).
A suplementação do ácido fólico, isolado ou em multivitamínicos, e a ingestão de alimentos fortificados podem levar a um consumo elevado desta vitamina. Assim, o excesso de ácido fólico em pacientes com câncer pode servir como um nutriente adicional para o crescimento do tumor, ou seja, haverá disponibilidade abundante de vitamina para facilitar a proliferação de células de rápida divisão, sendo esta uma característica da maioria dos tecidos displásicos (pré-cancerosa) e malignos (cancerígena).
Por outro lado, na maioria das circunstâncias envolvendo indivíduos saudáveis, a disponibilidade adequada de ácido fólico parece assumir o papel de um agente de proteção do câncer, provavelmente por aumentar a estabilidade genética.
Portanto, existem cada vez mais indícios de que o ácido fólico apresenta ações paradoxais no desenvolvimento do câncer, que dependerá da dose, tempo e do momento da suplementação (sem a presença de lesões pré-neoplásicas).
Baixos níveis de ácido fólico e vitaminas B6 e B12 também parecem ter relação com o desenvolvimento de doença de Alzheimer. Apesar do potencial benefício da suplementação com ácido fólico na prevenção dos danos neurológicos causados por hiperhomocistenemia, ainda não existem dados na literatura que o confirmem
O consumo de ácido fólico é essencial para funções orgânicas distintas e seu papel difere nas etapas da vida. Na idade escolar, a sua carência pode levar a anemia nutricional. Nos adultos mais idosos, o baixo consumo dessa vitamina ou seus baixos níveis plasmáticos podem agravar problemas neuropsiquiátricos.
O Instituto de Medicina Norte-Americano (NIM) indica 1.000 mcg como nível máximo de ingestão diária dessa vitamina para adulto e 300-400 mcg para crianças entre um a oito anos. Por outro lado, durante as 12 primeiras semanas gestacionais, a ingestão diária de 400 mcg de ácido fólico, na forma de suplemento ou em alimentos enriquecidos com essa vitamina, já é recomendada desde 1998 pelo NIM, a fim de prevenir defeitos no desenvolvimento do tubo neural do feto.
Matéria NutriTotal
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